23.09.2012 - Domingo - De San Pedro de Atacama a Salta - 578 Km
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De San Pedro de Atacama a Salta - 578 Km |
Já era dia
de seguir viagem de volta para casa. O desayuno do Hotel Kimal estava muito
bom. Era engraçado ver que o teto da sala em que era servido o café da manhã
era feito de uma palha bem rala, com vários vãos que dava para ver o azul do
céu. Na verdade apenas para proteger do sol, pois chuva lá é coisa muito rara.
É considerado o deserto mais seco do mundo.
Abastecemos
as motos e seguimos em frente, rumo a Salta, na Argentina. Utilizamos o Paso
Jama, uma estrada magnífica, onde passamos muito frio ao chegar nos pontos mais
altos, inclusive com gelo de neve na beira da estrada. Logo no começo da
estrada passamos ao lado do Vulcão Licancábur, com o topo coberto de neve.
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Mário. Ao fundo o Vulcão Licancábur |
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Serjão lembrando das aulas de balé. |
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Jackson, tudo OK. |
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Serjão |
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Mário |
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Vulcão Licancábur, sem ninguém na frente... |
Existem expedições para subir até o seu topo, partindo do lado da Bolívia. Uma
parte da base do vulcão fica em território Boliviano. O topo está a 5.916 metros
de altitude, e deve ser bem frio lá em cima. Quem sabe na próxima visita a San
Pedro de Atacama ?
Mais
adiante e começou a ficar muito frio, pois a altitude aumentava a cada Km
rodado, já com neve espalhada pela beira da estrada, chegando a 4.800 metros de
altitude.
Paramos em
uma pequena cidade à beira da estrada, chamada Susques. No posto nem tinha
aquela cobertura sobre as bombas, pois não chove mesmo. Aliás, as únicas coisas
que lembravam que aquilo era um posto de gasolina eram as bombas (2 bombas).
Era o típico posto em que no Brasil ficaríamos muito desconfiados sobre a
qualidade do combustível, devido ao "tipo" do posto, mas lá era a
única e última opção até chegar a San Salvador de Jujuy, 200 Km adiante, antes
de chegar a Salta. Abastecemos as motos e encontramos um grupo de motociclistas
Argentinos, com o qual conversamos um pouco. Qual o assunto ? Nem precisa
comentar...
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Encontro com los hermanos motociclistas argentinos. |
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Estava pronto para assaltar o posto de gasolina, mas como estava de férias e não a trabalho... |
Mais um pouco rodado e chegamos nas Salinas Grandes, um enorme deserto de sal de mais de 8.000
Km2. Não me contive e entrei com a moto por aquela "imensidão imensa"
(com a permisão do Jackson para usar uma expressão de sua autoria) de sal.
Muito legal, e salgado ! Também tive que provar um pouco daquelas pedrinhas
brancas.
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Mário nas Salinas Grandes |
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Restaurante nas Salinas Grandes |
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Serjão e Jackson nas Salinas Grandes |
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Moto do Nico nas Salinas Grandes. Nicoooo, cadê você ? |
Algumas
fotos e filmagens e seguimos adiante. De repente começamos a descer e o clima
foi amenizando. Descemos de 4.000 metros de altitude para apenas 1.200 até San
Salvador de Jujuy. Era uma longa descida, com muitas, muitas, muitas....
curvas. Foi ficando perigoso, pois o óleo do freio das motos esquentava muito e
o freio ia acabando.
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Repare na pista de emergência. Se ficar sem freio é só entrar na "caixa de brita". |
Abastecemos
e seguimos até Salta pela Ruta 9, uma estrada bem estreita e cheia de curvas. A
parte asfaltada não passa de uns 6 metros de largura, e a pista é de mão dupla.
Então quando 2 carros cruzam alguém tem que ir pro acostamento. Vejam nas
imagens:
Pela Ruta 9. Emoção garantida !
Com 578 Km
rodados desde San Pedro de Atacama chegamos a Salta. Escolhemos um hotel e
saimos de taxi à procura de uma churrascaria que o Jackson e o Serjão já
conheciam. O Jackson é quem explicava para o motorista qual era o restaurante,
e a conversa dele utilizando um "portunholiano"
(português/espanhol/italiano) era bem divertida. Chegando no restaurante pedimos
a melhor costela que eu já comi na vida, cortada em filé.
O
interessante do cotidiano na Argentina é que o comércio lá só abre às 9 da
manhã, então a vida noturna vai até mais tarde. Já eram umas 11 da noite e o
restaurante estava lotado, sendo que era Domingo, e no dia seguinte a turma
tinha que pegar no batente.
Pagamos a
conta e direto pro hotel, de taxi também, porque à pé não ia dar depois de
tanta costela.
Falando
ainda em Argentina, notei que lá capacete é algo que deve incomodar muito, pois
quase nenhum motociclista usa. Não deve ser obrigatório. Placa nas motos
também, pois eram muitas que não tinham, e aparentemente a polícia não
interfere.