segunda-feira, 22 de outubro de 2012

12º dia - Desaguadero --> Coroico

18.09.2012 - Terça-Feira - De Desaguadero a Coroico - 235 Km


De Desaguadero a Coroico - 235 Km
Depois de uma razoável noite de sono fomos enfrentar a fronteira Perú/Bolívia. Em frente havia um comércio ambulante bastante agitado com diversas barracas onde o pessoal servia café da manhã. Mas nem que estivéssemos verde de fome comeríamos lá. O que mais chamou a atenção era uma canja, que não era de galinha, e sim de algum animal não identificado, onde era servido com a cabeça do bicho, pois consegui ver os dentes na ossada. Pois é...

A fila para fazer a imigração da saída do Perú estava grande, mas indo rápido, só que... bem na nossa vez o "sistema caiu"... Uns 40 minutos esperando e fomos finalmente atendidos. Depois direto para a aduana para liberar as motos, que foi mais rápido. Cruzamos a ponte e deixamos as motos embaixo da bandeira do Bolívia, mas os guardas mandaram tirar dali em respeito à bandeira.

Do lado da Bolívia
Nosso "amigo" peruano (de boné...) guardando as motos por $10,00 Soles
Nico saudando a bandeira Boliviana.
Aguardando os trâmites da aduana.
Nico de despedindo do Titicaca.
 Aí começávamos a sentir como seria a nossa permanência na Bolívia, e mais estava por vir. Até já sabíamos que a Bolívia não era nada amigável com turistas, mas o principal objetivo da viagem está lá: "La Carretera da La Muerte", ou "Estrada da Morte", e queríamos passar por ela ainda naquele dia. Fizemos a imigração no lado da Bolívia e depois a aduana, sendo que esta foi mais demorada e preocupante, pois o Nico estava com o passaporte vencido e não aceitavam o RG brasileiro, mas nem perceberam a validade. Bom, estávamos a caminho de La Paz, a capital administrativa daquele país, cidade que fica a 4.200 metros de altitude. Chegando a La Paz, uma paisagem deslumbrante, com a cidade lá embaixo e a Cordilheira dos Andes ao fundo. E ao lado direito o imponente Monte Illimani, o cartão postal da cidade. Um magnífico monte gelado de 6.462 metros de altitude. 

Ao fundo o Monte Illimani


Mas aquela paisagem foi ficando de lado e entramos em La Paz, e nosso problemas com o país continuaram: não vendiam gasolina para estrangeiros ! Tivemos que garimpar muito para encontrar 1 dos pouquíssimos postos autorizados a vender, e mesmo assim com muita burocracia (formulários) e preço 3X mais caro. Tanque cheio, cruzamos a cidade, que é um verdadeiro "favelão", sendo que as construções só tinham uma cor: de tijolo, pois não usam reboco nem tinta, principalmente na entrada da cidade. Os telhados são todos de zinco em vez de telhas. 

Saindo de La Paz
Ao fundo a cidade de La Paz, guardada pelo Monte Illimani. 
La Paz

O trânsito é caótico, e as buzinas também rolam soltas por lá. Saindo de La Paz, nosso destino era chegar a Coroico pela Estrada da Morte. Para quem não conhece, esta estrada foi considerada (por quem eu não sei, mas não importa...)  há alguns anos a estrada mais perigosa do mundo, com média de 300 mortes/ano. Era a única estrada que ligava La Paz a Coroico, mas hoje já existe uma outra estrada toda asfaltada, ficando a Estrada da Morte como uma rota alternativa para quem quer um pouco mais de aventura. É uma estrada talhada nos morros, sendo de um lado um paredão e do outro precipício. Veja na foto abaixo:
O caminho até chegar na Estrada da Morte é magnífico. Na minha opinião a paisagem mais bonita da viagem. Montes altíssimos enegrecidos forrados por gelo da neve, um contraste surpreendente:

Entre La Paz e Coroico
Entre La Paz e Coroico
Entre La Paz e Coroico
O asfalto da estrada é de boa qualidade, mas a turma da manutenção não está nem aí para os motoristas e principalmente os motociclistas. Haviam muitos buracos em manutenção, com recortes nas bordas aguardando cobrir de asfalto novo. Só que quase todos sem sinalização ! Ou seja, buracos com cantos chanfrados (quadrados), que se passássemos com a moto por eles era tombo feio na certa e fim de viagem, na melhor das hipóteses. Em boa parte deste trecho tivemos que prestar atenção nos buracos ao invés das belas paisagens.
Mais adiante os buracos cessaram, e de tanto "apreciar"as belas imagens de montes nevados e curvas na estrada (motociclistas adoram curvas...), perdemos a entrada para a Estrada da Morte. Quando percebemos que já tínhamos passado já estávamos perto de Coroico, indo pela estrada nova. Então decidimos pousar direto em Coroico e voltar pela Estrada da Morte no dia seguinte. Descemos de 4.200 metros de altitude para aproximadamente 1.000 metros. Entrando na cidade havia um funcionário fazendo uma barreira com uma corrente. Ao pararmos as motos ele veio cobrando pela entrada na cidade... $ 10 Bolivianos, se não me engano. R$ 1,50 aproximadamente. Deu até recibo ! Tá bom então.
Acho que ficamos no melhor Hotel da cidade, com piscina e tudo, além de vista pra Estrada da Morte ! Após rodados 235 Km no dia, estávamos prestes a enfrentar nosso principal destino na viagem.
Conseguimos abastecer em um posto da cidade, com a ajuda do atendente do hotel. Um alívio, mas sem resolver o problema totalmente, pois precisávamos seguir para o Chile, e para isso precisávamos rodar uns 450 Km, sendo muito Km para autonomia de nossas motos. Então resolvemos voltar ao Perú (mais perto) no dia seguinte e daí seguir para o Chile, contornando a Bolívia. Iríamos aumentar o Km rodado em uns 200 Km e ainda fazer uma fronteira a mais. Era a única maneira de garantir gasolina, pois também não havia espaço para levar galões de gasolina extra (além do peso).
Um bom banho, jantar, algumas cervejas e cama.

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